Coragem Para Enfrentar os Números

21 de setembro de 2025

ENTENDENDO O ASSUNTO DA LIÇÃO

Nesta lição de hoje iremos estudar um problema da igreja “local”.  O objetivo desta lição é, através da Bíblia, diagnosticar o problema e procurar à luz da Palavra de Deus o remédio para a solução. Você deve estar se perguntando: Que problema é esse aqui na igreja? Tenham calma, esse problema não está restrito somente a sua igreja, ele está abrangendo todas as igrejas pentecostais não neopentecostais. O não crescimento desta igreja é o problema que iremos estudar hoje, com o tema: “Coragem para enfrentar os números”. 

A PROBLEMATIZAÇÃO

UNIDADE DA IGREJA 

Vamos começar com o quesito unidade. Num primeiro momento imaginamos que a unidade diz respeito a uma igreja não ter contendas dentro da congregação, não haver oposição a nada que a liderança da igreja planeje e também quando todos estão prontos para construir e reformar ou comprar um objeto para a igreja. Basicamente entendemos que estes pontos são os parâmetros para se medir unidade. 

Quando medimos nossa unidade conforme os pontos que mencionamos omitimos o fator crescimento numérico, e a causa dessa omissão é sem dúvida um esmorecimento e descrença que o Espírito Santo pode usar cada membro da igreja para ganhar almas para o Senhor Jesus Cristo. Em segundo lugar, nossos afazeres aumentam tanto diariamente que preferimos criar uma cortina de fumaça, para dizer aquelas frases: “nosso culto hoje foi lotado”, “faltou lugar pra tanta gente”.  A verdade é que são as mesmas pessoas de sempre porque não há unidade para o crescimento da igreja. 

A dor e a tristeza devido ao não crescimento da igreja recai sobre quem está dirigindo a igreja e sobre uns poucos irmãos, mas para não escancarar essa terrível realidade preferimos ficar calados e colocar nossa falta de unidade para o propósito do crescimento da igreja no esquecimento e vivermos com aquela aparência que a obra está uma bênção.

As Palavras do Senhor no que diz respeito ao crescimento da igreja são: Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda. João 15:16.  Neste versículo o Senhor nos fala da verdadeira unidade que gera o crescimento da igreja, mas a realidade é outra em nossas igrejas. A igreja pode até se gabar que é unidade porque todos concordam que está tudo bem. 

Primeira questão proposta

O que precisamos fazer para haver uma unidade entre a liderança da igreja e os membros no sentido de sairmos dessa triste realidade numérica e termos uma igreja que cresce com o trabalho de todos?

ROTINA E LITURGIA FRIA

Sabemos que a liturgia do culto não pode ser mudada, todavia, com o passar do tempo, a igreja tem enfrentado um grande problema no que diz respeito ao fervor. Hinos são cantados (principalmente os que agradam ao grupo de louvor), enquanto que os hinos de nosso hinário adotado (Cantor Cristão) e os corinhos e hinos pentecostais têm sido deixados de lado para dar lugar a músicas “evangélicas” românticas e de autoajuda.  Os jejuns também foram deixados de certa forma de lado, poucas pessoas aqui na igreja fazem jejuns e campanhas individuais de oração. No caso da liturgia observamos que alguns cultos passam do horário (em algumas igrejas) e por fim o culto se resume na oração inicial, louvores com o grupo de louvor e a pregação. Eu te oferecerei voluntariamente sacrifícios; louvarei o teu nome, ó Senhor, porque é bom, Salmos 54:6

Segunda questão proposta

Esta igreja tem como crescer se perder a chama espiritual da oração fervorosa, dos jejuns, dos altos louvores a Deus e de um culto onde sentimos a real presença de Deus?

NEGLIGÊNCIA NA CONSOLIDAÇÃO DOS NOVOS DISCÍPULOS

Essa é uma situação recorrente em todas as igrejas fé em ação, a maioria dos novos crentes não permanecem porque lhes falta o acompanhamento necessário para se firmarem na fé. Neste ponto, lamentavelmente, quase não temos mais consolidadores para acompanhar os novos na fé e em pouco tempo eles deixam de vir aos cultos e ninguém mais sabe onde eles estão.

Nota importante

Em Piracuruca, a igreja estava negligenciando o acompanhamento dos novos convertidos e a maioria dos novos discípulos se afastaram. Em tempos passados havia uma classe de novos na fé, mas, essa classe estava há bastante tempo desativada. Há dois meses voltamos a fazer a classe de novos na fé semanalmente com todos os novos convertidos e durante a semana nos reunimos individualmente com os novos que estão em libertação. O resultado é que a maioria dos novos na fé estão permanecendo e participando dos cultos da igreja. O pastor corrigiu esse fato e os frutos já estão aparecendo. Atualmente, a Sede tem uma classe de novos discípulos com onze novos crentes.

Voltando a problemática, podemos observar a história da igreja primitiva, o fator principal do crescimento da igreja era porque os crentes ajudavam uns aos outros, quando chegava um novo discípulo ele era bem tratado e ensinado a viver uma vida com Cristo. Quando uma igreja negligencia o cuidado com os novos convertidos, compromete o crescimento da igreja. De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas.  E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. (Atos 2:41,42).

Os obreiros do Senhor, que receberam a excelente missão de ganhar almas e edificá-las, enfrentam desafios, pois todo pastor e missionária que está à frente da igreja deve dar tempo integral, e muitas das vezes  a contribuição que recebem não suprem suas necessidades. Por outro lado, o pastor da igreja deve estar disponível o dia todo para pastorear. Deixando claro que o Senhor jamais deixará faltar aquilo que precisamos. 

Terceira questão proposta

Pode uma igreja crescer se não há envolvimento dos irmãos com os novos convertidos e o pastor não dá tempo integral à igreja para discipular os novos na fé e cuidar do rebanho?

A GRANDE COMISSÃO ESQUECIDA

Acredito que esse é um dos maiores problemas que teremos no futuro. A ordem do Senhor Jesus Cristo foi para que todos saiam em busca das almas, evangelizando, batizando, doutrinando. 

Um dos mais frequentes argumentos nossos é: “o povo é duro de coração”, e assim começa nosso dicionário de desculpas. Esse posicionamento nosso é contraditório contra nós mesmos, porque as seitas que não tem o poder do Espírito Santo. Elas, de certa forma, crescem e não encontram obstáculos para de manhã, tarde e noite, baterem de porta em porta atrás de novos adeptos, principalmente fazendo proselitismo. 

Vamos relembrar as palavras do Senhor: ¹⁸ E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. ¹⁹ Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ²⁰ Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação do mundo. Amém. (Mateus 28:18-20). 

Lamentavelmente, na maioria de nossas igrejas, não está havendo evangelismo pessoal e nem evangelismo em grupo. Nós, o povo pentecostal, ficamos ocupados demais e estamos esquecendo o IDE DE JESUS, foi Ele que nos comissionou para esta importante missão. “Como ouvirão se não há quem pregue?” Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? Romanos 10:14

Desculpas nós temos, mas, a realidade nos mostra que podemos pregar em hospitais, colégios, trabalho, vizinhança, parques, shoppings, passeios, etc. Lugar e oportunidade não faltam, mas, o principal está faltando, que é nossa disposição. Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá. (Efésios 5:14). 

Quarta questão proposta

O que falta em nós para que o amor e a vontade de ganhar almas dominem novamente nossos corações? 

SOLUÇÃO PARA AS QUESTÕES PROPOSTAS

Durante a discussão da lição, mediante a problematização do assunto “Coragem para enfrentar os números”. 

SOBRE A UNIDADE NO CRESCIMENTO

1.1. A primeira ação que devemos implementar nas igrejas é uma secretária local atuante, no sentido de termos uma estatística real das pessoas que se converteram e que foram consolidadas e permaneceram. Quando tomamos conhecimento da conquista de almas que se converteram e permaneceram ficamos com mais empolgação e desejo de ganharmos mais almas. Por outro lado, é importante frisar que mesmo as perdas servem de alerta para tomarmos cuidados com as almas que virão. 

Não é fácil manter um controle porque não queremos expor nossas fraquezas como liderança e como igreja, mas é necessário. Inclusive, é importante que pelo menos de três em três meses a igreja tome conhecimento de como está o crescimento numérico, com nome, idade e estado civil de todos os que se converteram e foram batizados nas águas.

SOBRE ROTINA E LITURGIA FRIA

1.2.  Cultos participativos dentro dos padrões de nossa liturgia, sempre com fervor, hinos e cânticos espirituais onde a congregação canta e os novos discípulos entendem as palavras de cada hino. Pregações preparadas com antecedência com temas diversificados à luz da Palavra de Deus, escola bíblica dominical como um dos principais cultos da igreja, com lições bem ministradas. 

Sem adaptar métodos de seitas e outras igrejas é fundamental criar, na direção do Espírito Santo, um ambiente de culto onde as pessoas de todas as classes sociais possam se sentir acolhidas. A igreja deveria disponibilizar bíblias para que o visitante ao chegar possa acompanhar a leitura. A igreja deve ter um grupo de auxiliadoras para que possam auxiliar as mães descrentes que venham ao culto com suas crianças, a fim de cuidarem das crianças enquanto seus pais participam dos cultos. Pequenas atitudes fazem grande diferença.

SOBRE A NEGLIGÊNCIA NA CONSOLIDAÇÃO DOS NOVOS DISCIPULOS

1.3.  Nada poderá substituir uma consolidação para novos discípulos. Se fizéssemos uma pesquisa a estatística seria alarmante, pois provavelmente temos mais pessoas desviadas que se converteram e não permaneceram do que pessoas que estão firmes no Senhor e nas igrejas. O número de desviados é alarmante e os culpados por essa evasão somos nós, que temos negligenciado nosso dever de fortalecer os irmãos na fé. Pastorear é um ato de cuidado e amor. Os pastores e missionárias devem fazer todo o esforço para manter as almas na igreja e os crentes devem se juntar para não perder almas. O pastor ou a missionária ordenada, líderes da igreja devem criar um curso de consolidadores e acolhedores, para que os novos discípulos sejam fortalecidos na fé e permaneçam.

SOBRE O ESQUECIMENTO DA GRANDE COMISSÃO

1.4. Nosso ministério dedicou o mês de janeiro como o mês de missões. Quando falamos de missões não estamos nos referindo apenas a oferta da obra missionária, mas, estamos também nos referindo ao engajamento de todos os crentes no sentido de ganharmos almas para o Senhor Jesus através da evangelização local e nacional.

É fundamental que a igreja promova durante o ano todo cultos de missões, que a temática do evangelismo seja constantemente falada na igreja, para que a igreja seja missionária local e também nacional. 

Nos cultos para promover missões podemos fazer dramatizações sobre as viagens missionárias de Paulo, sobre a vida dos discípulos quando estavam com o Senhor andando pela Judeia e os arredores e por fim criar algo que a igreja sinta amor para exercer a ordem do Senhor onde cada crente possa ser um enviado para ganhar almas. 

Que o Senhor nos abençoe.

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Sobre o autor

VALMIR
Pastor Ordenado
Registro 001457