Onde o Pusestes?

2 de novembro de 2025

Introdução

Esta pergunta: “Onde o pusestes?” se encontra no Evangelho de João, capítulo onze, versículo trinta e quatro. O Senhor, em sua humanidade, perguntou onde haviam sepultado Lázaro, isso mostra a vontade do Senhor em querer ir ao túmulo onde estava sepultado seu amigo, mas Ele não disse o que iria fazer. Quase todos nós fazemos essa pergunta de um outro modo, em vez de falarmos “onde o pusestes”, dizemos: “onde foi sepultado?” De certa forma tem o mesmo sentido. Quando indagamos sobre o local onde um ente querido de alguém foi sepultado, demonstramos respeito e solidariedade para com a família enlutada.

Objetivo da lição

O objetivo desta lição é esclarecer doutrinariamente sobre o chamado “dia de finados” e como nós, os crentes fé em ação, devemos nos posicionar nesse dia, principalmente aqueles que sentem a dor da saudade por alguém de sua família que já não está mais aqui. Ainda mais, esta lição é também um consolo para todos os irmãos, sabendo assim como diz a Palavra que a morte para nós, o povo de Deus, não é o fim e sim o começo da eternidade abençoada com o Senhor Jesus Cristo no reino celestial.

Frases para refletir neste dia

Grandes homens de Deus falaram sobre a morte do crente, vejamos o que disseram alguns deles. 

Charles G. Finney

Este homem que foi  usado por Deus para ganhar e preparar muitas almas para o Senhor Jesus Cristo. Ele disse isso sobre a morte: “A morte, para o cristão, é apenas o portal da glória.
O corpo adormece, mas a alma desperta na presença de Cristo, livre do pecado e da dor.” Ele também dizia: “A morte do justo é o coroamento de uma vida santificada — o término da peregrinação e o início da eternidade com Deus.”

Dwight L. Moody,

Moody, foi um grande evangelista norte americano, um homem usado por Deus que, através de suas pregações, muitas almas foram salvas pelo Senhor Jesus Cristo, ele dizia em seus sermões o seguinte: “O morrer, para o salvo, é ser promovido à glória.” Ele via a partida do justo como uma vitória, não uma perda — um reencontro com Cristo e a realização da fé.

RESPEITAR OS MORTOS É BÍBLICO

A Palavra de Deus é a autoridade máxima e irrefutável em toda e qualquer matéria que diz respeito à vida e à morte. Vamos começar com um versículo que na maioria das vezes é interpretado num sentido, mas os intérpretes esquecem ou omitem a outra parte, no tocante a morte do crente. “Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos”. (Salmos 116:15). Neste versículo a Palavra de Deus nos diz que a morte do crente para o Senhor é preciosa, isto não quer dizer que o Senhor se alegra ou sente prazer na morte, sim, que a morte é a passagem do fiel para estar com o Senhor, neste versículo também encontramos o respeito para com a memória do justo. 

A MORTE DE SARA E A ATITUDE DE ABRAÃO

O patriarca Abraão deu um nobre exemplo quando sua esposa Sara faleceu, sendo ele peregrino em terra estranha, indo em busca do lugar que o Senhor havia preparado para ele, de repente enfrenta a dor de perder a sua amada Sara. Era preciso encontrar um lugar para sepultá-la e ele então procurou um excelente lugar e propôs comprar, o dono do terreno quis dar-lhe de presente, mas Abraão recusou e pagou o preço justo pelo lugar para ali sepultar o corpo de Sara. Vamos ler o que a Palavra de Deus diz.

Gênesis 23:1-2.

“E foi a vida de Sara cento e vinte e sete anos; estes foram os anos da vida de Sara.
E morreu Sara em Quiriate-Arba (que é Hebrom), na terra de Canaã; e veio Abraão lamentar a Sara e chorar por ela.”

Gênesis 23:3-4

“Depois se levantou Abraão de diante de sua morta, e falou aos filhos de Hete, dizendo:
Estrangeiro e peregrino sou entre vós; dai-me possessão de sepultura convosco, para que eu sepulte a minha morta de diante da minha face.”

Gênesis 23:17-18

“Assim o campo de Efrom, que estava em Macpela, que estava em frente de Manre, o campo e a caverna que nele estava, e todo o arvoredo que havia no campo e em todo o seu termo em redor, se confirmaram a Abraão em possessão, à vista dos filhos de Hete, de todos os que entravam pela porta da sua cidade.”

Gênesis 23:19-20

“E depois disso sepultou Abraão a Sara, sua mulher, na caverna do campo de Macpela, em frente de Manre (que é Hebrom), na terra de Canaã. Assim o campo e a caverna que nele estava se confirmaram a Abraão por possessão de sepultura, pelos filhos de Hete.”

Citamos oito versículos que, ao lermos, entendemos como foi o processo do sepultamento de Sara e o quanto Abraão a amava. O respeito pelos restos mortais dela foi tanto, que ele não aceitou o presente da terra como queriam os proprietários, aquela terra em Canaã, se tornou a primeira parte da terra de Abraão, comprada e paga pelo justo preço. 

O CHORO PELOS MORTOS

Somente quem já passou por um luto sabe o tamanho da dor que é perder, mesmo que seja por um tempo, um ente querido (um dia todos os salvos estarão juntos novamente). Chorar no dia da morte de alguém ou alguns dias depois é natural e até certo ponto uma maneira do ser humano se sentir melhor. O Senhor Jesus Cristo disse assim a respeito do choro: “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”. (Mateus 5:4). Devemos lembrar do que aconteceu quando o Senhor Jesus chegou à casa de Lazáro, ele também chorou (ali foi uma prova de sua verdadeira humanidade) e uma demonstração de respeito, amor fraternal e bondade, onde o choro mostrou que os que ali estavam chorando não eram fracos, mas sim que estavam solidários com a família. Vamos ler na Bíblia Sagrada este fato. (João 11:32-36). 

³² Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava, e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.

³³ Jesus pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-se muito em espírito, e perturbou-se.

³⁴ E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem, e vê.

³⁵ Jesus chorou.

³⁶ Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava. 

Chorar por alguém que partiu além de ser uma prova de solidariedade cristã é também um sentimento de que todos nós somos humanos e que a dor de alguém nós também sentimos. Devemos sim consolar, ler a Palavra, cantar hinos, mas sempre com o respeito e o amor fraterno por aquela família, esse foi o exemplo deixado pelo Senhor. 

JOSÉ E O CHORO NA MORTE DE JACÓ

José, filho de Jacó, irmão de Benjamin, se tornou pelo poder de Deus governador do Egito e trouxe seu pai para o Egito e o fez habitar em uma excelente terra no Egito. Como todas as pessoas que um dia morrem, Jacó também morreu e José passou sete dias chorando pelo seu pai. Vamos ler Genesis 50:1-11, é muito importante ler esta passagem.

1. Então José lançou-se sobre o rosto de seu pai, chorou sobre ele e o beijou.

2. José ordenou aos médicos, seus servos, que embalsamassem seu pai; e os médicos embalsamaram Israel.

3. Cumpriram-se para isso quarenta dias, pois assim se cumprem os dias de embalsamamento; e os egípcios o choraram setenta dias.

4. Passados os dias de luto, José falou à casa de Faraó, dizendo:

5. “Meu pai me fez jurar, dizendo: Eis que morro; no meu sepulcro, que cavei para mim na terra de Canaã, ali me sepultarás.”

6. Então Faraó disse: “Sobe e sepulta teu pai, como ele te fez jurar.”

7. José subiu para sepultar seu pai, e com ele subiram todos os servos de Faraó, os anciãos da sua casa e todos os anciãos da terra do Egito.

8. Subiram também toda a casa de José, seus irmãos e a casa de seu pai; somente ficaram na terra de Gósen as crianças, os rebanhos e o gado.

9. Subiram também carros e cavaleiros; e o cortejo foi muito grande.

10. Chegando eles à eira de Atade, que está além do Jordão, fizeram ali grande e intenso pranto, e José pranteou seu pai durante sete dias.

11. Vendo os cananeus o luto na eira de Atade, disseram: “Grande pranto é este dos egípcios!” Por isso aquele lugar foi chamado Abel-Mizraim, que está além do Jordão.

José chorou por sete dias seguidos por seu pai, isto mostra a atitude de um homem que verdadeiramente amava o pai. Não é pecado chorar por alguém que partiu, no momento da morte o choro é o conforto para quem ficou, pois para aquele que partiu nada podemos fazer agora. Jacó tinha pedido ao seu filho José para ele não o sepultar no Egito e sim na terra de Canaã. Um pedido feito pelo pai e atendido prontamente pelo filho. 

QUEM CHOROU PELOS MORTOS NA BÍBLIA

Vamos ler algumas referências na Palavra de Deus e ver quem chorou pelos mortos segundo a Bíblia. Gênesis 23:2. Abraão chorou por Sara. Gênesis 50:1. José chorou por seu pai Jacó. 2 Samuel 18:33. Davi chorou por seu filho Absalão. João 11:33. Maria e Marta choraram por seu irmão Lazáro. Deuteronomio 34:8. O povo de Israel chorou por Moisés. I Samuel 25:1. O povo de Israel chorou pelo profeta Samuel quando ele morreu. Certamente muitas pessoas choraram pelos seus mortos dentro das histórias citadas na Bíblia Sagrada, e também nos mostram que no dia da morte de um ente querido não é errado e nem pecado chorar. 

O QUE DIZ A PALAVRA DE DEUS SOBRE O CUIDADO E A VISITA AOS TÚMULOS?

A Palavra de Deus condena toda forma de idolatria. Não devemos, portanto, orar nos túmulos, tentar conversar com quem está sepultado achando que isso vai curar feridas da alma, dor ou saudade. Não devemos jamais escrever cartas e colocá-las nos túmulos para os que já morreram, enfim, nada devemos fazer que configure comunicação e satisfação do ego, quem morreu não está no túmulo, ali estão apenas os restos mortais de quem morreu. Em Provérbios 10:7, diz que a memória do justo é abençoada. Portanto, não é pecado visitar os túmulos e nem conservar a memória dos queridos que já partiram.

Os cuidados que devemos ter com os túmulos onde os entes queridos foram sepultados é a limpeza, restauração, pois isso também é um testemunho do crente. Abraão provou isso comprando um lugar especial para sepultar Sara. José embalsamou seu pai Jacó e o levou para o lugar que o próprio pai escolhera, assim a Bíblia nos mostra que devemos sim lembrar (memória) dos que já partiram e o bom exemplo de vida que eles tiveram aqui neste mundo deve inspirar para que outros sigam o exemplo. 

O ESPÍRITO SANTO CONSOLADOR

No momento da dor, devemos lembrar que o Senhor Jesus Cristo enviou o Espírito Santo para nos consolar em toda e qualquer situação. (João 14:16-18). Para quem já perdeu um ente querido crente, a palavra de Deus nos mostra que houve apenas uma breve separação, pois os que são de Cristo serão reunidos e viverão para sempre no reino celestial como servos e servas de Deus. O Senhor Jesus é o Pastor das ovelhas, e Ele cuida de cada uma, nenhuma se perderá. Para os que perderam parentes não crentes, evite criar pensamentos sobre onde a pessoa que morreu está, não convém ficar dizendo que fulano que morreu está no inferno, isso só aumenta a dor dos familiares e conhecidos. 

CONCLUSÃO

No dia de finados (02 de novembro) não é recomendável que os crentes façam visitas ao cemitério, pois este dia é um dia  consagrado aos mortos pela igreja romana. Quanto aos túmulos dos parentes, é correto que eles estejam bem cuidados para que quem esteja no cemitério neste dia veja que o crente preserva com respeito a memória de seus mortos e é cuidadoso com o local onde estão os restos mortais de seus entes queridos. Quanto a levar flores e coroas de flores, esse costume veio dos gregos e dos romanos, pode ser para embelezar os túmulos, mas deve-se tomar cuidado para não achar que o morto verá aquelas flores e se sentirá amado, os mortos não sabem das coisas que acontecem aqui na terra, os mortos crentes estão no Paraíso e não precisam disso. Não está errado colocar a estrela de Davi nos túmulos dos crentes, pois é uma maneira de identificação. Não precisam de velas, portanto, vamos lembrar das coisas boas praticadas pelas pessoas que já partiram. Sobre fotos das pessoas que já partiram nos túmulos, não há problema, desde que sejam fotos discretas, tamanho pequeno, que não chame atenção. Sobre colocar versículos bíblicos nos túmulos, não há problema, pois serve para declarar a fé dos parentes que partiram e também como forma de evangelização. 

RESPEITO PELA MEMÓRIA DE QUEM JÁ PARTIU

O Senhor Jesus Cristo, mesmo sendo Deus, respeitou o momento de dor das pessoas que partiram e até chorou juntamente com os familiares de Lázaro. Todos nós devemos respeitar esse momento e lembrar dos que partiram em memória, consolar a família e cuidar, na medida do possível, dos familiares, oferecendo-lhe apoio e consolo. Que o Senhor nos abençoe e nos guarde. Amém. 

INFORMATIVO PARA OS PROFESSORES SOBRE O DIA DE FINADOS

(Fatos históricos sobre o dia de finados e as orações pelos mortos)

Siga estas informações para ajudar os professores sobre o dia de Finados e as orações pelos mortos, como forma de material didático para enriquecer a explicação do professor.

O DIA DE FINADOS CRIADO PELA IGREJA CATÓLICA

Nós, o povo fé em ação, não guardamos o dia de finados, que foi criado pela igreja romana para apoiar as doutrinas falsas do purgatório e a intercessão pelos mortos. Vamos aos fatos históricos. 

No ano 593 d.C. – O Papa Gregório I (Gregório Magno) foi o primeiro a instituir oficialmente a doutrina do purgatório, afirmando que as almas podiam ser purificadas por meio de sofrimento temporário.

No ano 1439 (Concílio de Florença) e 1563 (Concílio de Trento) – A Igreja Católica confirmou oficialmente o purgatório como doutrina.

Vejam o absurdo que é uma heresia (falsa doutrina), alguém criar e ensinar que as almas podem ser purificadas depois da morte. No tempo da criação dessa doutrina, quem pudesse pagar (indulgências) para a alma sair do purgatório poderia fazê-lo. Os recursos para a construção da basílica de São Pedro no Vaticano veio através das pessoas que pagaram indulgências. 

Agora vamos ver de onde tiraram a ideia de fazer oração e missa pelos mortos. Vocês já ouviram falar nos livros apócrifos? Esses livros não foram aceitos na Biblia Sagrada, por isso a bíblia católica tem sete livros a mais. Vejam de onde eles tiraram isso. 

2 Macabeus 12:44-46 (Esse livro 2 Macabeus é apócrifo). 

44 Pois, se ele não esperasse que os que haviam sucumbido haviam de ressuscitar, teria sido supérfluo e tolo orar pelos mortos.

45 Considerava, porém, que uma bela recompensa está reservada àqueles que morrem piedosamente; pensamento santo e piedoso! Por isso, mandou oferecer o sacrifício expiatório pelos mortos, para que fossem livres de seus pecados.

46 É, pois, um santo e piedoso pensamento rezar pelos mortos, para que sejam livres de seus pecados.

Para que o aluno da grande escola bíblica dominical entenda melhor, quando se fala que um livro é apócrifo estamos dizendo que este livro não é inspirado por Deus como os 66 livros da Bíblia Sagrada são. 

Pois foi do livro de II Macabeus que a igreja católica criou as doutrinas do purgatório e as orações e missas pelos mortos. 

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Sobre o autor

VALMIR
Pastor Ordenado
Registro 001457